quarta-feira, 4 de abril de 2012

A Formiga e a Abelha

                  
Um enorme bombom foi jogado em um jardim. Logo depois apareceu uma formiga para ver o que era aquilo. Ela olhou... olhou... de um lado a outro, de cima a baixo e resolveu tocar. Mas quando pôs suas patinhas – imaginem só  –  ela ficou colada. E fazia força, e se contorcia, mas de nada adiantava. Foi quando apareceu uma abelha e ela enfim pôde pedir ajuda.
                           – Olá. Que bom vê-la, dona abelha! Imagine que eu vinha passando, encontrei esse enorme doce e...
                       Antes que ela terminasse de falar, a tal abelha já havia tocado no mesmo bombom.
                           – Não podia tocar! – Disse a formiga – Agora você também está colada!
                       A abelha também fez força, bateu suas asinhas, e nada.
                           – Acho que é açúcar, e você? – Perguntou a formiga.
                           – Tenho certeza que é mel! – Respondeu a abelha cheia de si.
                           – Mas mel não cor de rosa, dona abelha!
                           – E nem açúcar tem esse tamanho, dona formiga!
                       Enquanto as duas discutiam, apareceu um sapo faminto, que logo se intrometeu:
                           – Hummm! Uma formiga e uma abelha coladas em um... em um... as senhoritas poderiam me dizer em que estão coladas?
                           – Em uma porção de mel! – Disse a abelha.
                           – Em uma pedra de açúcar! – Disse a formiga.
                       Essa discussão perdurou por várias e várias horas, até que o sapo, furioso, exclamou:
                           – Eu não quero saber se é açúcar ou mel. O fato é que hoje eu terei almoço e sobremesa no mesmo prato!
                       Depois de ouvir esse absurdo, a formiga sabiamente falou:
                           – Não, senhor sapo, não pode nos comer. Isto aqui é uma porção de mel, e, se as abelhas o virem comendo o alimento delas, certamente o senhor vai levar um montão de ferroadas!
                       O sapo acreditou na história, e assustado foi embora. A abelha, alegre e satisfeita disse:
                           – Eu sabia, eu sabia que você ia admitir que nós estamos grudadas em uma porção de mel.
                       A formiga, feliz porque acabara de salvar suas vidas, não quis insistir na teimosia. Para ela, não importava mais saber se aquele doce desconhecido era mel ou açúcar. Apenas sugeriu que ambas comessem tudo aquilo, para enfim se libertarem.
                       Assim terminou a história: a abelha comendo o que pensava que era mel, e a formiga comendo o que nem ela mesma conhecia.

(Narcélio Lima)

Publicado no Recanto das Letras em 09/09/2010
http://www.recantodasletras.com.br/infantil/2488263

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