sexta-feira, 30 de março de 2012

A GATA

A gata mia no telhado.
Mia alto olhando a lua.
Solitária e tristonha,
Tem a noite como sua.

Todo dia ela sonha
Com um dono que não vem,
Mas aí quando anoitece
Não consegue ver ninguém.

Ela então desaparece
Entre muros e fachadas,
Ressurgindo noutro canto
Com olhar de abandonada.

Fez do mundo seu recanto
E da vida pouco sabe.
Só escuta o que se deve,
Só se mete onde lhe cabe.

De passagem é sempre breve
Nunca pára num lugar,
Vai de um telhado a outro,
Para nunca mais voltar.  


(Narcélio Lima)

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